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A farra!!!
Jatinhos foram alugados na campanha para reeleição de deputados federais Deputados ficaram três meses sem votar nada no Congresso, mas gastaram R$ 16,3 milhões em verba indenizatória durante o "recesso eleitoral"
Josie Jeronimo Publicação: 03/11/2010 08:00 Atualização: 03/11/2010 08:15
Plenário vazio da Câmara: pelo menos 37 deputados aproveitaram a "sobra" na cota reservada para passagens aéreas para alugar jatinhos |
Rocha é o deputado que pediu o maior reembolso de gastos no recesso |
Cunho eleitoral
Rocha é o deputado que pediu o maior reembolso de gastos no recesso |
Primeiro do ranking, o deputado Urzeni Rocha (PSDB-RR) entregou R$ 93.908 em notas fiscais pedindo ressarcimento à Câmara. Grande parte dos gastos do parlamentar, no entanto, foi para o pagamento de assessorias e contratação de instituto de pesquisa. Em agosto, setembro e outubro, o parlamentar fez despesas de R$ 65 mil na rubrica de “consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos”. O Instituto de Pesquisa Caleffi foi contratado duas vezes, representando gasto de R$ 25 mil, pagos com os recursos do chamado “cotão”. O Correio entrou em contato com o gabinete do parlamentar, mas a assessoria não soube explicar o motivo do gasto com pesquisa e o trabalho de consultoria prestado. De acordo com o gabinete, o deputado “mantém o mesmo trabalho na comunidade” durante o recesso eleitoral. Segundo a lista preliminar da bancada da próxima, divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o deputado Urzeni não foi eleito. A lista de deputados que alcançaram cadeira na Câmara, no entanto, pode mudar se algum dos mais votados for afetado pela lei do Ficha Limpa.
Os gastadores
Confira a lista dos 10 deputados que mais pediram reembolso de gastos durante o recesso
1º) Urzeni Rocha (PSDB-RR) - R$ 93.908
2º) Arnon Bezerra (PTB-CE) - R$ 93.393
3º) Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO) - R$ 90.086
4º) Átila Lins (PMDB-AM) - R$ 82.990
5º) Marcos Medrado (PDT-BA) - R$ 82.761
6º) Angela Portela (PT-RR) - R$ 79.760
7º) Fernando Melo (PT-AC) - R$ 75.878
8º) Gorete Pereira (PR-CE) - R$ 75.713
9º) Jurandy Loureiro (PSC-ES) - R$ 75.582
10º) Flaviano Melo (PMDB-AC) - R$ 75.155
Disputa pelo Mercosul
As 19 novas vagas da representação brasileira no parlamento do Mercosul já mobilizam deputados e senadores. Para fazer a distribuição das cadeiras — criadas com a mudança de critério para a participação dos países que integram o bloco —, o Congresso aprovará, até dezembro, nova resolução indicando como Câmara e Senado dividirão as vagas extras. Atualmente, o Brasil é representado no parlamento do Mercosul por 18 deputados e senadores. Mas representantes dos governos que integram o bloco entenderam que a participação deveria seguir critério de proporcionalidade do número de habitantes de cada país. Assim, o Brasil terá maioria, com direito a 37 cadeiras no Parlasul, superando o número de parlamentares da Argentina (26), do Uruguai (18) e do Paraguai (18). A Venezuela participa informalmente do parlamento, mas não tem direito a voto. Para a inclusão do país é necessário o aval do Paraguai.
Depois da eleição da Mesa Diretora e da composição das comissões da Câmara e do Senado, o Congresso indicará os 37 novos representantes do Brasil para o Parlasul. O preenchimento das cadeiras é feito levando em conta o critério de proporcionalidade partidária. Na Câmara, o bloco com maior número de deputados — em tese o grupo formado pelo PT e PMDB — terá direito de indicar até quatro representantes. No Senado, o PMDB será o partido detentor de mais cadeiras no parlamento do Mercosul. “A bancada de 37 vale para 2011. Mas para ter essa divisão de vagas, o Congresso tem que aprovar uma resolução”, afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), membro do Parlasul.
Concurso
Integrantes do bloco planejam para 2012 a realização de eleição direta para escolher os parlamentares da câmara internacional. A ideia é que os eleitores votem, durante o pleito que selecionará prefeitos e vereadores, nos parlamentares que os representação no Mercosul. A eleição direta para o parlamento do bloco poderá dar direito aos representantes de manter gabinete internacional. Atualmente, os oito deputados e oito senadores que dividem o tempo entre o parlamento brasileiro e o internacional não têm estrutura de representação. As passagens e as hospedagens usadas para que os parlamentares participem dos encontros internacionais são pagas pelo Congresso. Dr. Rosinha afirma que o objetivo do parlamento do Mercosul é monitorar as políticas de direitos humanos dos países do bloco. “Nós temos competência para acompanhar as negociações do Mercosul e dar informes de direitos humanos. Como deputado brasileiro, não posso entrar em qualquer país do bloco e meter o dedo na política de direitos humanos, mas, como representante do Mercosul, eu posso. Recentemente, também foi criado um tribunal de justiça para o Mercosul.”
Atualmente, o parlamento do Mercosul tem orçamento de US$ 1 milhão anual, utilizado para manter a sede em Montevidéu, Uruguai. O montante é dividido entre os quatro países. Cada um paga US$ 250 mil para manter a casa internacional. Dr. Rosinha apresentou projeto de lei para realizar concurso público para contratar cerca de 100 servidores para assessorar os parlamentares brasileiros no Mercosul. A proposta ainda está em análise na Câmara. (JJ)
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